Estamparia Stencil Art
Trabalho artesanal.
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sexta-feira, 18 de março de 2011
quarta-feira, 16 de março de 2011
Alex Vallauri
Bota Preta, Alex Vallauri
Alex Vallauri nos anos 70 recupera para a arte contemporânea a técnica do Stencil Art, utilizada na modernidade, nos anos 30, pelos artistas da Ècole de Paris. Vallauri retoma este antigo procedimento de impressão - utilizado pelos grandes pintores, inclusive no renascimento - adaptando-o às artes plásticas contemporâneas.
Alex Vallauri, criador de figuras irônicas e ao mesmo tempo belas, simples e ao mesmo tempo complexas, abriu caminho para uma legião de artistas, que em vez de usar os materiais convencionais da arte usaram a cidade como suporte para as suas obras.
Aparece assim a escola vallauriana: artistas que utilizam o Stencil Art e, com o passar do tempo, transmitem por intermédio de oficinas artísticas, o ideal de Vallauri para as novas gerações: "transformar o urbano como uma arte viva".
O crítico e historiador de arte Roberto Pontual, no seu livro Explode Geração, sinaliza a importância de Vallauri e do Stencil Art para um grupo de artistas jovens que complementariam, no futuro, a sua empreitada artística: "Alex andava povoando os muros paulistanos com a figura da Bota Preta, por ele próprio classificada como a moça que passeia por São Paulo. Essa figura e outras imagens - silhuetas, sempre de uma cor só, geralmente o preto, proporcionavam uma leitura rapidíssima, quase automática, ao passante que desse por elas".
Posteriormente, o próprio Alex Vallauri, Waldemar Zaidler, Carlos Matuck, Hudinilson Junior, Maurício Villaça, Vado do Cachimbo, Carlos Delfino, Jaime Prades e, entre outros Eduardo Castro, Eymard Ribeiro, Job Leocádio, Jorge Tavares, Júlio Barreto, Gitahy, Ozéas Duarte e Cláudio Donato (que participam desta mostra em homenagem a Alex Vallauri) idealizaram máscaras/matrizes de Stencil Art "altamente pormenorizadas" que não se prestavam mais, por exemplo, a multiplicação desenfreada da Bota Preta do próprio Vallauri, dando início, assim, a uma nova fase de suas carreiras. O requinte gráfico, plástico, colorístico e estético alcançado com o uso de matrizes, segundo Roberto Pontual "altamente pormenorizadas" reavivou nos jovens artistas o desejo de pintar áreas cada vez maiores, intervenções urbanas/revitalizações contemporâneas de antigos painéis murais criados por importantes artistas do modernismo brasileiro: Emiliano Di Cavalcanti, Antonio Carelli, Clovis Graciano, Fúlvio Pennacchi e entre outros Alfredo Volpi.
Uma forma de expressão do cotidiano urbano - signos, imagens com múltiplas interpretações e leituras criadas por artistas idealistas - que têm como meta principal simplesmente embelezar a cidade de São Paulo. Resignificá-la, vivificá-la por intermédio de formas e cores.
Uma arte desvinculada de todo e qualquer conformismo social, econômico. Livre de estatuto e da estratificação da arte pensada para ser comercializada nas galerias de arte ou mumificadas por convenções e ou imposições de vanguardas alheias à realidade brasileira.
A polêmica criada pelo uso do Stencil Art nas intervenções urbanas recebeu nos anos 80, críticas e muitos elogios de personalidades e artistas ligados ao mundo das artes plásticas. Décio Pignatari, além da apreciação, considerou os painéis como "grandes obras de arte do folclore urbano", indo de encontro, mais uma vez, aos ideais de Alex Vallauri que: "sempre quis registrar uma mensagem alegre, uma doce brincadeira no meio da aridez urbana".
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João J. Spinelli
Curador
Membro da Association lnternational de Critique d'Art - AICA - UNESCO - Paris
Texto para catálogo da exposição de Stencil Art, UNICID, São Paulo, 2001.
Leia mais em: http://www.stencilbrasil.com.br/textos_1.htm